Assédio moral entre colegas.

Caracterização do assédio moral entre colegas, consequências do assédio para o indivíduo, para a empresa e para o estado.


O assédio moral no trabalho não só é praticado por seus superiores, mas também por seus colegas de trabalho. E é muito comum nas empresas, empregados mais experientes humilhar, afrontar, constranger, rebaixar, xingar e fazer vexame. Estas situações que os empregados menos experientes ou com menos tempo na empresa são mortificados pelo assédio moral.

As atitudes mais comuns, dentre as outra são:

    Instruções confusas e imprecisas no trabalho;
    Dificultar o trabalho;
    Atribuir erros imaginários ao trabalhador;
    Exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes;
    Sobrecarga de tarefas;
    Ignorar a presença do trabalhador;
    Fazer críticas ou brincadeiras de mau gosto ao trabalhador em publico;
    Impor horário injustificado;
    Retirar-lhe, injustificadamente os instrumentos de trabalho;
    Agressão física ou verbal, quando estão a sós;
    Revista vexatória;
    Restrição ao uso de sanitários;
    Ameaças;
    Insultos;
    Isolamento.

Consequência do assédio moral entre colegas para o individuo.

Segundo Hirigoyen (2014), o assédio parte quando há uma competição por poder, cada um com sua oportunidade, sendo algumas lutas desiguais, por exemplo, entre um superior hierárquico ou entre pessoas do mesmo nível, onde um precisa reduzir o outro a uma capacidade de impotência para então agredi-lo com total agressividade sem que ele possa revidar.

O assédio moral traz consequências para o individuo, sendo essas consequências muitas vezes despercebidas em primeiro momento, e só com o passar do tempo, ou com um surto de estresse que é possível perceber, que a pessoa já estava ao seu limite quanto ao assédio moral.

Essas consequências acontecem, porque o homem tem sua identidade ligada ao trabalho, quando sente que estar ameaçado (seu posto), seja por um colega que muitas vezes, pode jogar indiretas quanto a realização de tarefas e comparações de resultados ou um chefe que frequentemente fala que os resultados apresentados não estão bons, usando da ameaça de demissão em massa, para tentar aumentar a produção de seus funcionários (SANTUCCI, 2006).

A relação com a família também acaba sendo prejudicada, pois o indivíduo que sofre esse tipo de pressão no trabalho acaba sofrendo de um vazio existencial, acaba se culpando, pois acha que tudo o que esta acontecendo, e culpa de um erro não corrigido, uma falha, e isso ajuda a diminuir a autoestima do assediado. O que no ambiente familiar provoca brigas à medida que a pressão vai aumentando e o indivíduo ver nos familiares ou no relacionamento afetivo uma válvula de escape para suas raivas e frustações (SANTUCCI, 2006).

Santucci (2006, p53), cita um exemplo de consequência do assédio moral vívido por alguns anos no ambiente de trabalho.

[...] o terror durou cerca de 30 minutos até ficar de pé. Então surgiram as dores de estômago, o vômito e um terrível acesso de choro. Era uma crise nervosa fulminante, que levou a se afastar do trabalho por trinta dias. Mas também o ápice do sofrimento causado por seis anos de humilhações constantes.

Consequência do assédio moral para a empresa e estado.

O assédio moral, não traz somente consequências para o indivíduo que o sofre, mas também para a organização que não fiscaliza suas esquipes de trabalho.

Está cientificamente provado que um trabalhador que sofre assédio, seu rendimento no trabalho cai em 40% ou mais em relação a outros trabalhadores que não sofrem assédio, e seu custo para a organização aumenta em 180% (SANTUCCI, 2006).

O governo também acaba sendo sofrendo com o assédio. O gasto com a saúde pública é muito alto (mesmo não oferecendo a qualidade necessária para o indivíduo), mas as contas públicas mostram que os gastos são altos.

E quanto uma pessoa sofre assédio, e precisa se afastar do seu trabalho devido ao estresse do dia a dia, o governo tem gasto com pagamento de auxílio saúde e afastamento do emprego, ou em casos extremos um trabalhador que precisa se aposentar antes da sua idade (SANTUCCI, 2006).

REFERÊNCIAS.

HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral a violência perversa no cotidiano. 15 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

SANTUCCI, Luciana. Assédio moral no trabalho. 1 ed. Belo Horizonte: Jurídica, 2006.

Assédio Moral. Disponível em: < http://sindsempmg.org.br/arquivos/cartilha.pdf> Acesso em 06 nov. 2016.

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