Saiba diferenciar ansiedade e depressão

Doenças exigem abordagens diferentes e acompanhamento profissional
 
Para que é leigo no assunto, os sintomas de ansiedade, depressão e transtorno bipolar podem até ser confundidos entre si, mas apesar de parecerem semelhantes são bem diferentes.
 
“Um pouco de ansiedade faz parte da vida, mas passa a ser um problema quando toma conta do indivíduo sem motivo aparente interferindo em sua vida, no trabalho e até mesmo no lazer. É importante entender o que está acontecendo com a pessoa”, explica Florence Kerr Corrêa, professora titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP.
 
Segundo a especialista, se não for demasiada, a ansiedade pode ser boa, já que as incertezas nos impulsionam a viver e produzir. “Porém, em excesso, pode ser paralisante, impedindo que a pessoa reaja ou faça coisas simples, como dirigir ou andar de elevador, apenas pelo desconforto que causarão”, alerta.
 
Quando o assunto é depressão, engana-se quem acredita que a doença deixa suas marcas apenas no humor do paciente.
 
“Os sintomas vão muito além da tristeza e podem impactar física e emocionalmente e até causar alterações na funcionalidade da pessoa acometida. Dores no corpo, tristeza profunda, ansiedade e a perda de interesse em fazer coisas que antes eram prazerosas são só alguns dos sintomas”, afirma.
 
Já o transtorno bipolar é caracterizado pelas oscilações repentinas de humor, com episódios de depressão e mania, que podem acontecer ao mesmo tempo. Parece simples identificar o transtorno bipolar, mas seu diagnóstico pode demorar a vir se os sintomas apresentados pelo portador forem brandos e a família tolerante a eles.
 
“Muitas vezes, por questões sociais, esse indivíduo leva muito tempo para procurar ajuda, podendo ser visto até mesmo como preguiçoso, quando na verdade está sofrendo com o transtorno”, alerta a psiquiatra.
 
Quando o paciente fica maníaco, os sintomas se tornam mais intensos e o diagnóstico tende a ser mais rápido. O histórico familiar também ajuda na hora de identificar a doença, pois quanto mais casos na família maiores são as chances de um membro desenvolvê-la.
 
Tratamentos
 
Assim como as doenças, seus tratamentos são diferentes. Procurar ajuda médica é essencial quando os sintomas surgem e incomodam por mais de duas semanas.
 
No caso da depressão, o rápido diagnóstico aliado a um tratamento precoce e eficaz, que promova a reintegração completa do paciente, estão diretamente ligados ao seu controle.
 
“O transtorno bipolar requer um tratamento medicamentoso, que estabilize o humor do paciente, atrelado à psicoterapia”, explica Florence.
 
Além disso, a adoção de alguns hábitos pelo paciente, como evitar o consumo de álcool, nicotina e drogas estimulantes, manter uma rotina diurna, manter o convívio social com parentes e amigos e participar de grupos de apoio também ajudam a controlar os sintomas do transtorno bipolar.
 
Fonte: band.com.br

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